sexta-feira, 4 de julho de 2008

CONTO 6


Conto 6

De como Miguel consumiu alimento que, em verdade não era consumível, por engano. Por que ele, estando gripado, estava desprovido do paladar e olfato que evitariam tal equívoco.

Essa estória que agora contarei ao leitor pode soar um tanto nojenta e de fato ela, mas necessária para que sirva de exemplo a ser observado e evitado. Pois bem sabe o leitor que em dados momentos somos tentados a pegarmos o que não nos pertence não vendo nisso mal algum. Mas tal comportamento pode trazer-nos males bem desagradáveis e isso bem sabe o rapaz chamado Miguel.
Tinha ele uma mania muito descarada de comer qualquer alimento que lhe aparecesse aos olhos sem nem saber se tinha dono e se lhe era permitido tal furto. Sua irmã mais velha, dita Luciana, sofria muito com a gulosa mania do irmão, tendo ela que ficar atenta com os seus alimentos escondendo-os em local secreto e nunca os deixando à-toa.
Mas Miguel se deu mal por causa desse hábito e eu soube disso pela senhorita Luciana, que sabendo do meu apreço por estórias escabrosas e engraçadas, me contou o que ocorreu.
Certo dia ela acordou bem cedo e o motivo disso era porque ela iria levar material para exame de fezes.
Não encontrou pote padrão para depositar o material que, indo ao banheiro, ela produziu. Teve que usar um que tinha colado etiqueta que dizia: CHOCOLATE AMARGO.
Luciana deixou o pote sobre a mesa da cozinha e foi para seu quarto arrumar-se para sair.
Miguel, que a seu tempo acordava de seu sono, com fome que estava foi rumo à cozinha sacia-la. Oh Deus! Não pense maldosamente o leitor que Luciana planejou a situação. Se bem que pareça. Ela esqueceu o mau hábito do irmão. Este chegando à cozinha e vendo o pote sobre a mesa leu a etiqueta e através dela desejou consumir o conteúdo do pote. Para sua infelicidade estava Miguel gripado e tinha os sentidos do olfato e do paladar muito prejudicados de modo que ele não podia distinguir o que comia só percebendo leve amargor. O aspecto do que consumia, com pequena colher de café, de fato aparentava ser chocolate.
Luciana em seu quarto, teve o lampejo de que podia ocorrer o que no momento ocorria; foi às pressas para a cozinha evitar isso. Mas chegando lá e vendo Miguel com colher na boca e pote na mão ela percebeu que o engano se deu e gritou:
— Miguel, você comeu isso?!
O rapaz, pálido de medo, pensando que a irmã o repreendia por ter ele comido o que era dela disse:
— Desculpa mana, não sabia que o chocolate era seu.
— Mas isso não é chocolate.
E ela disse o que o irmão acabara de consumir. Ouvindo isso, ficou de fato pálido e teve ânsias de vômito. Luciana, por mais que evitasse, não pôde conter o riso e achou ao fim que teve o irmão lição bem merecida.

Moral: Não pegue o que não lhe pertence, pois em contrário terá problema.
Em realidade, se não fosse tão guloso e não tivesse o hábito de pegar o que não lhe pertencia sem pedir Miguel não teria tal infelicidade.

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