quinta-feira, 3 de julho de 2008

EXPERIÊNCIAS SENSORIAS.


Experiências sensoriais.

Seis da tarde. Toca a sirene indicando o término da última aula do período vespertino. Encerra-se a jornada de trabalho da professora Naihara. Como está exausta! Cinco aulas em salas de desconfortável ambientação. O calor escaldante associado à umidade elevada transforma a sala numa verdadeira sauna.
Naihara sai da sala lavada de suor. E logo que recebe a brisa noturna tem um calafrio devido à diferença de temperatura.
Chega à casa ávida por um banho. E, tão logo adentra o banheiro e despe-se por completo, ela entrega-se à torrente aquosa que sai do chuveiro. Essa toca a pele de Naihara saborosamente com um frescor que atenua a febre dérmica da moça. E assim molhado, toma o corpo nu de Naihara um brilho cintilante como regado a óleo. Os volumosos seios reluzem como grandes pérolas. A tonalidade moreno-clara de Naihara lhe confere encanto peculiar. O estreito vale que divide os seios serve como leito para o correr da água que escorre da cabeça da moça. Os cabelos castanho-escuros, lisos e longos, prolongam-se pelas costas dela até altura das preponderantes esferas glúteas. São elas como colinas de pura magnificência das formas. E o estreito e profundo desfiladeiro que divide esse par de colinas é corredor de passagem para a água em curso descendente. De modo que todo o relevo corpóreo da moça é alagado de água. Pequenos riachos se formam por toda a derme da moça e as gotículas ficam aderidas a ela como o orvalho nas folhas das plantas ao nascer do dia.
Munida do sabonete, ela suavemente desliza o mesmo sobre a pele molhada. A fricção que faz com as mãos cria a espuma alva e cremosa que confeita ela como se recoberta de chantili.
O banho, muito mais que um momento de asseio higiênico, é um momento de relaxamento do espírito. Naihara, de olhos fechados, entrega-se a esse momento de paz interior. Findo a esfoliação das células dérmicas mortas, a limpeza dos poros e sujeira aderida ao tecido epitelial, pode Naihara se enxaguar com uma nova chuveirada e dissolver a espuma que recobre seu corpo nu.
Ao sair do Box, vale-se da toalha para enxugar o rosto e todo o restante do corpo. Ação que executa com destreza, graciosidade e muito capricho. Com especial dedicação aos cabelos. Com o pente desembaraça os fios e retira a umidade dos mesmos. Com uma toalha específica envolve as madeixas tão queridas. E assim, duplamente enrolada, vai ela rumo ao seu quarto.
Em seu armário busca um lingerie constituído por uma calcinha fio-dental de renda com babados em adereço e sutiã de bojo meia-taça de número 44, comportando com elegância e dando realce ao volume dos fartos seios da moça. Sendo as duas peças de cor vermelha. Sobre tudo isso se recobre ela com um vestido de corte justo ao corpo, também vermelho, com ousado decote em v a exibir o busto generoso já referido. E se estende ele até meio das coxas deixando o restante das pernas bem à mostra.
Solta os cabelos para que esses dêem singular moldura ao rosto sereno com uma sutil franja sobre o olho esquerdo. Aos pés, dá sapatos salto-alto bico agulha de igual cor ao do vestido e número 38. Assim toda rubra e ousadamente trajada, ela espera ao amado para um jantar a dois. Não sem antes maquiar-se com apuro, realçando os traços guapos do rosto e logo em seguida vaporiza uma essência sedutora junto ao pescoço.
O jantar, devidamente preparado, é constituído por uma massa de Penne com molho branco, camarão refogado com cebola picada e azeite de oliva, e temperado com pimenta-do-reino branca, azeitonas pretas e cogumelos fatiados em transversal. Belíssima apresentação da mesa que foi cuidadosamente vestida com um pano branco, ornado no centro com um recipiente cilíndrico de vidro transparente tendo em seu interior botões de rosa vermelha com o talo, expurgado os espinhos. Os talheres e taças d’água e de vinho tinto em seus respectivos lugares. E dando iluminação pitoresca ao ambiente, um castiçal de louça, com quatro velas de médio diâmetro. Que acessas suas chamas, flamejam com sutileza e dão uma coloração especialmente amarelada à sala. Apaga as luzes elétricas Naihara e deixa só as velas cumprirem a função luminária.
Bate então alguém à porta. Sem nem se dá ao trabalho e cautela de olhar pelo olho mágico ela abre a porta na certeza de ser o amado que bate à porta. E de fato é ele.
Entra o rapaz então, após respeitosa boa noite e prévia licença à dona da casa. Ela, sem grandes cerimônias, deixa que ele adentre o seu lar. Rapaz de porte atlético, mais de metro e oitenta, traços bem serenos e meigos até bem femininos. Os cabelos negros, lisos em penteado recurvo para trás. Os olhos castanhos são de caráter bastante penetrante. E dum pronto eles recaem sobre o colo formoso de Naihara. Essa não se sente vexada pelo olhar. Pelo contrário; com o ego entusiasmando, toma ela postura altiva dando ainda mais realce ao decote.
― Demorei muito? ― pergunta o rapaz com voz grave e sóbria.
― De jeito maneira. Britanicamente pontual, como de teu feitio ― responde ela com leve afetação na voz.
― Nunca é bom fazer uma mulher esperar.
― Concordo. Fazes muito bem procedendo assim. Não é um hábito corrente aos do teu gênero.
― Bem sei disso. E me é de grande valia, pois lucro com a desatenção dos meus concorrentes.
― Consideras o amor uma competição?
― E não é? Chamo-a “disputa amorosa”. Cada um tem suas táticas, artifícios de sedução. Vocês são especialistas nisso. Veja como está premeditadamente “armada” para a batalha.
Ela ri a essa declaração e diz.
― Batalha? Passamos da competição para a guerra?
― Em determinados momentos de fato trata-se duma guerra. Sobretudo quando a peleja se dá corpo-a-corpo.
― Entendo...
― A penetração no campo adversário deve se dá na mais absoluta calma para surpreender as linhas de defesa. Toma-las de súbito, não dando chance à reação de resistência. E depois saborear as glórias da vitória, tão logo subjugado o inimigo. E geralmente o inimigo adora ser subjugado.
― Referes-se ao meu gênero, Sr.Carvalho? ― pergunta Naihara, não entendendo a alusão que o rapaz faz com aquela explanação genérica das táticas militares.
― É possível. Mas não generalizo. Ultimamente vêm vocês contra-atacando fulminantemente. Muitos de meus colegas estão desnorteados com essa súbita inversão.
― Mas ela não é súbita. Estávamos arquitetando ela faz muito tempo. Isso é só o começo da contra-ofensiva. Sentes-se pronta para a rendição?
― Por que não uma aliança?
― Pensarei no caso. Mas deixemos de conversa sobre disputas de gênero. Afinal estamos aqui para confraternizar o nosso amor, não é verdade? Amas-me não é fato, Sr.Carvalho?
― E tens dúvida quanto a isso, futura Sra.Carvalho?
E, aproximando-se do rapaz diz ela:
― Só os tolos têm certezas absolutas. E eu não sou tola.
― Não duvido disso em absoluto. Mas digas: como foi teu dia hoje?
― A mesma rotina de sempre. Mas que pergunta tola. Tu bem sabes como é meu dia, aluno meu que és.
Para que venha o leitor compreender a declaração de Naihara, é conveniente explicar que é ela mulher de seus trinta e cinco anos, cuja aparência é de pouco mais de vinte e cinco; professora de Biologia do ensino médio.
O rapaz, que tem no máximo vinte anos de aparência e dezoito cronologicamente, é aluno de nossa Naihara. Faz mais dum mês que estão os dois a se namorarem em segredo e de forma bem sutil. Em ambiente escolar são quase estranhos. Aluno, professora. Nada mais.
Fora da escola tudo muda. E é natural que assim seja. Não existe mais os impedimentos morais que os impeçam de demonstrarem seus sentimentos amorosos.
Amor à primeira vista, por parte dele, e em longo prazo, por parte dela. Encantou-se ele pela mulher formosa de corpo e belíssima de face. O encantador penteado, a graciosidade ao falar.
Ela rendeu-se à genialidade dele. Aluno primoroso. Muito a frente aos colegas. Discorrendo de forma madura e coerente. Conhecedor de inúmeros assuntos da matéria que leciona, ela viu nele auxiliar ideal E intimidades vão, intimidades vêm; ele confessa a atração. Diz que irá contorná-la. Mas não consegue. Ao contrário; desperta o interesse nela. E quando dois querem já sabe...
Chegamos ao primeiro encontro em casa dela. O jantar onde estávamos e vamos retornar.
Acomodam-se à mesa. Sem grandes cerimônias, serve ela o prato principal. O rapaz fica muito encantado com a exuberância da massa.
― Sei que não bebes, mas acredito que hoje é chegado o momento de experimentares um pouco ― diz ela enchendo a taça dele com vinho tinto.
― Experimentarei tudo que me ofereceres. Vindo de ti sei que será saboroso. Só não sei se darei conta de tanta coisa
― Ora, és tão jovem, tão novo. Em plena disposição de tuas forças.
― Tu falas como se tivesse me escolhido a dedo. Não gostas de homens maduros.
― Retires o “ma” e deixe o resto. Esse é a essência.
― Entendi ― ri o rapaz, ― O que diriam as minhas colegas...
― Nem diga isso. Seria desastroso para mim.
― Por causa da diferença de idade?
― Mais que isso. Pelo fato de ser eu tua professora. Isso comprometeria meu trabalho.
― Eu discordo. O que tem a escola com tua vida privada? Não nos agarramos no pátio central como certas colegas minhas.
― Mesmo assim seria escandaloso se isso viesse a público. De modo que deve manter o sigilo.
― Eu não sou muito bom nisso, mas vou tentar. E de todo modo, dia ou mais dia terá que anunciar nosso romance, ou por acaso ver nossa relação como mera distração?
― Por que não?
O rapaz fica surpreso ante a resposta de Naihara. E ela continua:
― Tenho uma vida já estruturada, autônoma. Não necessito dum homem para chamar de meu, como diz a música.
― Já foi casada?
― Lamentavelmente sim. Por cinco anos. Tive com ele uma filha que hoje tem dez anos. Mora com ele. Visito-a semanalmente. De modo que eu não asseio por nova tentativa de constituir família.
― Que mal lhe pergunte; qual o motivo da separação:
― Incompatibilidade de gênios. Meu temperamento era muito ousado e excêntrico para ele. Ele era muito sério, rígido, introspectivo, a filha saiu assim.
― Mas certamente herdou tua beleza.
― De fato é uma belíssima criança, mas tratemos de comer antes que a comida esfrie.
― Concordo. Nada pior que uma massa fria.
Dito isso se prontificaram a dar início à degustação do saboroso jantar. Logo às primeiras garfadas pode Carvalho tomar ciência da riqueza de sabores da massa caprichosamente prepara da por Naihara. Rendeu a ela os elogios mais fervorosos, ressaltando o talento culinário da moça.
Com certa relutância ele sorveu um gole de vinho tinto. Nunca sua boca tivera contato com qualquer bebida alcoólica por menor que graduação que fosse. Tanto menos o vinho que tem teor alcoólico considerável. Senti o líquido arder sobre sua língua e correr garganta abaixo com igual ardor. Tosse sutilmente. Naihara ri ante essa experimentação do rapaz. O encoraja a beber mais goles. E ele o faz.
A conversa se torna mais descontraída. Declarações mais licenciosas e humoradas de ambas as partes. Findo o jantar ficam os dois a se olharem apaixonadamente. Naihara ainda tem receios da relação que está mantendo com um jovem que tem idade de ser seu filho. Mas pensa:

“Ele é tão bonito, inteligente, educado. Duma maturidade rara de se encontrar em jovens da idade dele. E parece de fato gostar de mim. Pelo menos me deseja. Também eu sou vistosa. Ainda sou”.

As preocupações dele são outras:

“É difícil crer que de fato estou namorando a minha professora. A senhora Naihara! Ela é tão linda. Darei conta? Será ela muito exigente? Espero não decepciona-la. Ela parece só quer curtir mesmo.”

E conversa vai, conversa vem, eles unem os lábios em singelo beijo que vai se intensificando. Ganha em profundidade e vigor. Levantam-se das cadeiras, e levemente embriagados combaliam até o quarto.
― Sente-se na beirada da cama. Tenho uma surpresa para você.
O rapaz obedece sem pestanejar. Só pergunta:
― É alguma das tuas excentricidades?
― Sim.
E com uma venda de seda vermelha priva o rapaz do sentido da visão. Naihara bem sabe que é este sentido muito sensível nos homens excitando-os rapidamente. O que ofusca a percepção dos outros sentidos. Não querendo que isso ocorra, ela prepara certas experiências sensitivas. Como? O leitor de certo está curioso para saber. Eu direi.
Teve ela a idéia de estimular o paladar do parceiro da seguinte forma:
Fatiou diversas frutas tais como; manga, maçã, uva, banana, mamão, pêra entre outras.
Assim fatiadas em cubos, desafia ela o rapaz a descobrir o sabor das frutas e dizer quais são elas. Para isso desliza os cubos sobre a própria língua e em seguida beija-o para que este ao tocar a língua da amada tente decifrar o sabor inserida nela.
E não é que tem ele paladar aguçado. Descobre todas as frutas sem grandes dificuldades. Também com uma plataforma gustativa como a língua de Naihara fica fácil, não é? Passado o paladar, ela testa agora o tato e olfato.
Oferece os longos e lisos cabelos para que o moço os cheire e toque. Ele adentra esta mata capilar como um intrépido desbravador. Toca os fios sedosos com suavidade com se fosse eles feito da mais preciosa fibra. Aspira a essência que exala deles. São duma nobreza morfológica. Segue sua exploração tateando a testa da moça. Examina a extensão daquela planície de pele delicada. Aprecia o relevo facial com os dedos tal como faz um tipógrafo ante uma paisagem. Encantado fica com o arredondado das maçãs da face que coram ao toque dele. Uma rara demonstração de vexame da parte de Naihara que Carvalho não pode ver.
Carvalho cheira a essência que aflora do pescoço de Naihara e beija o mesmo com fervor. Beija o colo formoso; senti o arredondado dos seios.
Com ajuda da parceira despe o vestido da parceira, ficando ela só com os trajes íntimos. Ela também o despe, deixando-o em igual situação, mas ainda vendado.
Assim quase nus, unem os corpos já inflamados de volúpia. Levando as mãos às costas de Naihara, Carvalho abre o fecho do sutiã dela. Pode então despontam os seios como um par de lindas frutas a emergirem das águas e ávidos por carinho. O rapaz os sente pressionados sobre seu tórax e sente o pulsar do coração dela em ritmo frenético.
Descendo mais as mãos, vão elas de encontro com os contornos globulares e abundantes das nádegas de Naihara. A ousadia de Carvalho a faz ri. Ele retira a última peça de roupa dela e vice-versa.
Agora sim podem eles se aderirem por completo e é o que fazem em posição vertical. Adentra o rapaz no íntimo de Naihara e ela o acolhe com tranqüilidade. Não há problemas de acoplagem. São compatíveis as partes sem excessos ou déficits. O encaixe é perfeito. E assim aderidos, desabam os dois sobre a cama de casal. Fica ela sobre ele e galopa com movimentos pélvicos sobre o rapaz. Esse só observa passivamente a ação da moça. E como ela trabalha bem! Galopa com destreza e suavidade.
Mas progressivamente vai essa movimentação tomando intensidade. O rapaz não é mais passivo, e com investidas vigorosas e profundas tira gemidos arfantes da parceira a cada ação da parte dele.
Ela gira o corpo ficando de costas para ele, que agora tem visão privilegiada das nádegas dela. O que o excite ainda mais. Gostá-lo-ia de adentra no meio delas, mas tal prática não é do agrado de Naihara. Pelo menos ainda.
De todo modo, rebola ela sobre o rapaz o levando ao extremo auge da excitação. Volta à posição original e continua a galopar saltitante sobre o parceiro. Esse já não pode se conter de desejo. Aproxima-se o momento do gozo. Ela sente a pulsação frenética e a respiração arfante. Geme com descontrole. Convulsões musculares fazem as pernas de ambos tremerem e a própria cama trepida devida à movimentação alucinada dos dois.
E de súbito sente ela a erupção de prazer do parceiro em seu íntimo. Como lhe é agradável essa irrigação da parte dele e não pode ela se conter mais externando em gemidos sufocados e vindo a desfalecer sobre o busto do amado.
Ficam os dois assim unidos e letárgicos um sobre o outro na cama. E tão logo se sentem dispostos, iniciam nova performance. Eu, que sou leigo no assunto, não tenho mais meios de acompanhar o ritmo deles, finalizando assim a narrativa.

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